fbpx

“Oficina em que o mundo dá muitas voltas” é convite do Projeto Estúdio a uma minirrevolução

Medo, prisão, ignorância, guerra, exílio. Bicho-papão, escuro, trauma. Arrogância, censura, morte. Com as palavras que o Projeto Estúdio levou e outras sugeridas pelo público se fez “Oficina em que o mundo dá muitas voltas”, a mais recente oficina-espetáculo daquele grupo de teatro da APCC! E todas se juntaram a muitas mais, sussurradas pela família do livro “Com 3 Novelos” (de Henriqueta Cristina e Yara Kono), que serviu de inspiração principal a esta criação original.

Foi desta forma que se deu início a uma minirrevolução, para a qual foram convocados aqueles que ontem se deslocaram à Livraria Casa do Castelo, já informados do propósito conspirativo ou por ele surpreendidos! E porque «A Democracia é um recreio onde todos podem brincar e está em jogo a nossa Liberdade» (ideia retirada de outra obra trabalhada neste contexto, “Como poder ser a democracia”, de Equipo Plantel e Marta Pina), invocaram-se inevitavelmente os 50 anos do 25 de Abril, que se celebram em 2024.

Numa manhã de minimanifestações, e de minimanifestantes e outros que já dispensam o prefixo, assim se falou, em particular, sobre todos os que têm de abandonar as suas terras à procura de outras palavras. Como, precisamente, Liberdade. E cravaram-se metafóricas bandeiras cheias de palavras incompreensíveis e inquietantes, que se juntaram ao estandarte em que o Projeto Estúdio havia inscrito a frase «Chegou a primavera» – retirada de “Com 3 novelos”, mas que remete também para dois anos atrás, quando o coletivo começou a levar o teatro a livrarias da cidade…

Na próxima quarta-feira (24 de junho), terão lugar mais quatro sessões, de entrada livre e para todas as idades, a partir das 10H00. Serão as últimas apresentações incluídas no programa “Uma sombra é para…” (delineado em torno da ideia e dos significados de sombra), sucessor do ciclo “Primaverar” (que partiu do verbo inventado por Tolentino de Mendonça). Em ambos, o Projeto Estúdio criou espetáculos que foram apresentados nas livrarias que acolhiam os livros que os suscitaram: Casa do Castelo, Almedina Estádio Cidade de Coimbra e Faz de Conto.

No currículo do Projeto Estúdio, coordenado pela atriz e professora de teatro Adriana Campos, constam ainda “Cem linhas”, um espetáculo que foi também um livro (2016), e as ‘aberturas’ da Loja de Vender Poetas (2018) e da Loja de Vender FI (2019). Este é um dos dois grupos teatrais em atividade na APCC, no âmbito das diferentes áreas artísticas que constituem uma parte importante da ação da instituição enquanto promotora da inclusão social. Pode saber mais em www.apc-coimbra.org.pt/?page_id=247.